![]() | Catedral Nossa Senhora Aparecida Votuporanga-SP |
Uma pergunta que muita gente está se fazendo agora é quais são os próximos passos após o novo Papa ser eleito pelo Colégio de Cardeais no Conclave. Parte das respostas estão expressas no Capítulo VII da Constituição Apostólica Universi Dominici Gregis, publicada em 22 de fevereiro de 1996, pelo então Papa João Paulo II.
O Capítulo VII fala da “aceitação, proclamação e início do ministério do novo Pontífice”. Uma vez eleito, conforme estabelece o número 87, “o último dos Cardeais Diáconos chama para dentro do local da eleição o Secretário do Colégio dos Cardeais e o Mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias; em seguida, o Cardeal Decano, ou o primeiro dos Cardeais segundo a ordem e os anos de cardinalato” profere as perguntas ao eleito: Aceitas a tua eleição canônica para Sumo Pontífice? E, uma vez recebido o consenso, pergunta-lhe: Como queres ser chamado?
Um documento é escrito pelo Mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias, na função de Notário e tendo por testemunhas dois Cerimoniários, com a aceitação do novo Papa. Caso o eleito já seja bispo, após o aceite, se torna imediatamente o bispo da Igreja de Roma, verdadeiro Papa, cabeça do Colégio Episcopal e adquire o poder pleno e absoluto sobre a Igreja universal e em nome do qual pode exercê-lo. Caso o cardeal não seja bispo, a Carta Apostólica estabelece que seja imediatamente ordenado bispo.
O Conclave termina logo que o novo Sumo Pontífice eleito tiver dado o consenso à sua eleição, “a não ser que Ele determine diversamente”, como expresso na Universi Dominici Gregis. Desde esse momento, poderão encontrar-se com o novo Pontífice o substituto da Secretaria de Estado, o secretário para as Relações com os Estados, o prefeito da Casa Pontifícia, e qualquer outra pessoa que tenha de tratar com o Pontífice eleito coisas necessária para encaminhar.
Cerimônia de Inauguração: A cerimônia de inauguração do pontificado, que ocorre tipicamente em um domingo, inclui a celebração de uma missa solene na Praça de São Pedro. Durante essa missa, o Papa faz a profissão de fé e recebe o “Pálio”, um símbolo de sua autoridade como líder da Igreja. A primeira celebração de Francisco como Papa foi a Missa de início do seu pontificado na Basílica de São Pedro, a 13 de março de 2013, dia de São José.
O Pontífice, depois da solene cerimônia de inauguração do pontificado e dentro do espaço conveniente de tempo, tomará posse da Arquibasílica Patriarcal Lateranense, segundo o rito prescrito.
Rito de Investidura: O Papa é investido na função através da entrega do “Pálio” e do “Anel do Pescador”, que simboliza sua missão como pastor da Igreja.
Discurso Inicial: O novo Papa geralmente faz um discurso onde expressa suas intenções, visão e mensagem para os fiéis e o mundo.
“Ordo Rituum pro Ministerii Petrini Initio Romæ Episcopi” é o nome do Ritual que descreve os ritos e cerimônias que marcam o início do pontificado do Papa, ou seja, o início do seu serviço como Bispo de Roma e sucessor de São Pedro. Este ritual, visa expressar a fé da Igreja na natureza divina e no dom de Deus que é o ministério petrino.
O livro contém os textos litúrgicos utilizados nas celebrações presididas pelo novo Pontífice a partir do anúncio solene da Eleição até à visita à Basílica de Santa Maria Maior. O Ordo foi aprovado por Bento XVI, com o Rescrito Ex audientia Summi Pontifis, a 20 de Abril de 2005, no dia seguinte à sua eleição para Sumo Pontífice. O documento estabelece, por exemplo, que o rito de imposição do Pálio, assim como a entrega do anel de pescador, por exemplo, não são mais realizados dentro da liturgia da Missa, mas em um rito antes da mesma.
Essas cerimônias não apenas marcam o começo do pontificado, mas também simbolizam a continuidade da tradição da Igreja Católica e a missão do Papa em guiar a fé dos católicos.