Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo de Campos (RJ)
Certamente algo que marcou o campeonato mundial de futebol, foi a heróica atuação do time da Costa Rica. Com o grito de guerra ou melhor de paz: si se puede!, conseguiram vencer as seleções campeãs do grupo da morte, vencer a Grécia e nas quartas de final causaram a resistência ímpar a Holanda, que teve que esperar os pênaltis para derrotá-la.
Sim podemos, foi frase que inspirou a sua forma alegre, criativa e batalhadora de jogar futebol, um lema que os manteve sempre focados, e a permanecer na esperança da vitória até o último minuto. Quando deixamos de confiar em nos mesmos, nas potencialidades e recursos que temos, na capacidade de luta e da reserva de fé, que nos impulsiona, já estamos derrotados.
A consideração dos rivais e o respeito as suas qualidades e atributo sé correta e prudente, mas encolher-se e amedrontar-se diante deles, esquecendo a própria identidade e que no jogo quem define a partida são os 22 jogadores, 11 em cada lado, é suicida e no leva a perderpar a nós mesmos. Nunca sairemos do lugar se não tivermos coragem, decisão e clareza que as coisas só mudam com a nossa intervenção, que devemos superar para sempre a dependência do pensamento mágico de auto apresentados salvadores da pátria, ou do síndrome do vira-lata que segundo Nelson Rodrigues nos conduz a desacreditar e a desestimular qual quer ideia de justiça e de nobreza em nossa condição.
A grande vitória e a que mais importa é a do resgate da fé, da necessidade de acreditarmos que é possível vencer a corrupção, fazer a reforma política, ter eleições limpas, alcançarmos um desenvolvimento justo, integral e sustentável com cidadania para todos/as.
O Brasil tem se dito é como um gigante adormecido, mas seu povo cordial, acolhedor e lutador está mostrando que quer ser mais que torcedor, quer tornar-se sujeito do seu próprio destino, não se deixando mais engambelar com promessas vazias ou cestas básicas.
Sim, podemos ser um pais passado a limpo, com reformas urgentes na educação, saúde, transporte e moradia, com investimentos e políticas públicas que tragam trabalho decente e inclusivo para toda a população. Sim, podemos ser a Terra da Santa Cruz, fraterna e solidária, construída com um projeto de Nação que lidere uma Globalização mais humana, centrada na dignidade das pessoas, na defesa da vida e integridade do planeta.
Que o Senhor da vida e Jesus Cristo o consumador da fé, nos despertem para a cidadania plena do Reino, sendo sinais portadores de esperança, paz e justiça.
Deus seja louvado!