Família e Igreja: lugares da misericórdia


17/08/2016 - 08:06
Família e Igreja: lugares da Misericórdia

A misericórdia é marca do agir de Deus e modo de manifestar-se a nós. E nossa Família e Igreja devem continuar sendo lugares da manifestação da bondade divina. Em cada família e em cada comunidade eclesial o Pai Celeste deseja ver concretizada a sua misericórdia para buscar e acolher aqueles que, em algum momento, se fragilizaram, se magoaram, se afastaram das condições de ter uma vida digna e plena. Aqueles que foram feridos ou que se causaram feridas, a partir das escolhas feitas, dos caminhos trilhados.

Na parábola do filho pródigo do Evangelho de Lucas 15, o Pai oferece-lhe a casa, o alimento, a bebida, a libertação da situação de penúria onde seu erro o colocara, a cura de sua enfermidade física e de seu sofrimento. O filho pródigo encontra no coração do Pai Misericordioso o lugar da reconstrução de sua vida. Assim o filho tem, no Pai misericordioso, dois braços para acolhê-lo e enlaça-lo, que reencontram o que estava perdido e devolvam a vida ao que estava morto. Cada pessoa deveria ter, na Igreja e na Família, estes dois braços, e encontrar este abraço. Igreja e Família, quando se tornam extensão do abraço misericordioso do Pai, são os lugares onde o filho perdido pode ser reencontrado e recuperado.

Deus deu à Igreja e à Família as condições necessárias para exercerem esta missão. Nos sacramentos da Igreja vemos a concretização deste abraço que acolhe, que gera comunhão, que devolve a dignidade e a capacidade de agir, que cura a ferida do corpo e da alma, que renova a aliança e consagra para uma missão de cuidar a partir do cuidado recebido. No batismo somos acolhidos pelo Pai como membros regenerados de sua família. Na Eucaristia ele nos oferece o banquete, ele nos traz de volta à comunhão consigo e com os outros. Na Crisma Ele nos unge, Ele nos levanta, Ele nos faz colaboradores de sua missão de cuidar do seu projeto. Na reconciliação e na Unção Ele nos cura, nos trata. Devolve a paz. No Matrimônio e na Ordem Ele nos torna capazes de manifestar, nas alianças de amor e de cuidado com a humanidade sua própria aliança.

As relações familiares devem estar fundamentadas no amor que vem de Deus, para que a família possa realmente ser comunidade onde cada um é amado e respeitado. Fundamental para a própria sociedade, a família assim alicerçada contribui de modo essencial para a harmonia e a construção da vida humana. Hoje, infelizmente, é tão comum o drama de famílias que sofrem pela separação dos pais ou pela conduta dos genitores, prejudicial à comunidade do lar. Diante disso, cabe a nós, primeiramente, oferecer o auxilio de nossa oração, seja pelos que se preparam para constituir família, seja pelas famílias que sofrem, pelos filhos e pelos cônjuges. Cabe a comunidade eclesial apoiar as famílias para que se desenvolvam sempre mais no amor, possam superar dificuldades, restaurar os elementos fraturados, renovar o compromisso e o dom recíproco. "Deixar “de lado o ressentimento, a raiva, a violência e a vingança são condições necessárias para viver feliz.”(Papa Francisco).

Pe.Gilmar Antônio Fernandes Margotto
Igreja Matriz Nossa Senhora Aparecida


Ultimas Matérias
Roteiro da Celebração da Partilha de Abril está disponível
Dom Moacir participará de Assembleia da CNBB
Tempo Pascal
Os Papas e a misericórdia, o segundo nome do amor
Última semana para as inscrições para as turmas de Catequese
Veja Mais