Comunhão da Igreja


23/05/2015 - 08:33
Dom Alfredo Schaffler
Bispo de Parnaíba (PI)


O evangelista João nos relata o pedido de Jesus quando fala: Pai santo, guarda -os em teu nome, o nome que me deste, para que eles sejam um assim como nós somos um”.
Em outros trechos da sagrada escritura temos as mesmas afirmações e pedidos expressos que todos sejam um com eu o Pai nós somos um.
Nos Atos dos Apóstolos temos um belo testemunho das primeiras comunidades cristãs quando o evangelista nos relata: A multidão dos fieis era um só coração e uma só alma.
Temos testemunhos dos primeiros séculos do cristianismo quando os pagãs relataram e falaram: Veja como eles se amem.
A carteira de identidade do cristão sempre deve ser o amor e a caridade.
A grande pergunta que se coloca diante disso: Podemos viver o amor e a caridade sem construir a comunhão.
Num mundo pluralista, onde tantas e tantas vezes as pessoas apostam na própria verdade, num mundo onde cada vez mais está se estabelecendo um relacionamento a partir do dinheiro e do lucro e não da dignidade humana.
Podemos constatar avanços e conquistas no mundo das ciências e da técnica, que proporcionam conforte e bem estar.
A promoção da mulher, o destaque à justiça e à ecologia, a consciência da importância dos movimentos sociais e dos direitos á educação e à saúde, iniciativas para a superação da miséria e da fome.
O fenômeno da globalização, embora atinja todos os recantos do planeta, não se restringe ao âmbito geográfico, mas produz transformações que atingem todos os setores da vida humana.
O imperativo a produtividade, o consumo e o lucro que representam muitas vezes hipotecas pesadas para a natureza e futuras gerações.
As mudanças de época, de fato, afetam os critérios de compreensão, os valores mais profundos, a partir dos quais se afirmam identidades e se estabelecem ações e relações. A atual crise cultural atingem de modo particular, a família.
Difunde se a noção de que a pessoa livre e autônoma precisa se libertar da família, da religião e da sociedade.
No campo social e econômico, os critérios que regem o mercado regulam também as relações humanas.
Crescem as ofertas de felicidade, realização e sucesso pessoal, em detrimento do bem comum e da solidariedade, desconsiderando as atitudes altruístas, solidárias e fraternas.
Os pobres são considerados supérfluos e descartáveis, resíduos e sobras, fazem a triste experiência que não são necessários para nossa sociedade.
Trata-se de uma economia caracterizada pela negação da primazia do ser humano, e por isso, pela exclusão e pela desigualdade social, geradora de uma cultura do bem estar e do descartável e uma globalização da indiferença.
A missão da Igreja é evangelizar de uma forma que acontecem mudanças na sociedade.
Não se pode evangelizar como se fosse um verniz que se coloca somente por for.
Evangelizar é, em primeiro lugar, dar testemunho.
Pelo nosso batismo fomos chamados dar testemunho do amor de Deus no meio dos homens através de um relacionamento fraterno.
Precisamos reconhecer a primazia do ser humano como imagem e semelhança de Deus.
A pessoa humana é mais importante do que o lucro, o dinheiro e o mercado.
A palavra de Deus nos convida nesta festa de Pentecostes que vamos celebrar neste domingo que sejamos como naquele tempo os apóstolos e discípulos de Jesus portadores da Boa Nova.
Através da nossa comunhão como Igreja a palavra de Deus seja novamente o norte da nossa sociedade.
Firme na fé e fiquem dom Deus.


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