Presidente da CNBB emite nota sobre o Dia da Pátria


05/09/2021 - 15:25

O arcebispo de Belo Horizonte (MG) e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Walmor Oliveira de Azevedo divulgou nesta sexta-feira, 3 de setembro, um vídeo por ocasião do próximo Dia da Pátria, 7 de setembro. De acordo com o presidente da CNBB, a data deve inspirar em cada brasileiro o reconhecimento de que todos são irmãos, inclusive daqueles com quem não se concorda.

Essa verdade, segundo do Walmor, precisa ser contemplada e ajudar no reconfiguramento da interioridade de cada um frente a um contexto no qual o Brasil está sendo contaminado pela raiva e pela intolerância. De acordo com o arcebispo de Belo Horizonte, em nome de ideologias muitos dedicam-se à ofensas, chegando ao absurdo de defender o armamento da população.

“Quem se diz cristão ou cristã deve ser agente da Paz e a paz não se constrói com armas. Somos todos irmãos. Esta verdade é sublinhada pelo Papa Francisco na carta encíclica Fratelli Tutti”, disse.

Os ensinamentos da Fratelli Tutti, aponta dom Walmor, devem também inspirar cuidados com os que sofrem. “A fome é realidade de quase 20 milhões de brasileiros. Aquele pai que não tem alimento a oferecer para o próprio filho é seu irmão. Nosso irmão. Do mesmo modo, a criança e a mulher feridas pela miséria são suas irmãs, nossos irmãos e irmãs”, afirmou no vídeo.

De acordo com o presidente da CNBB, os católicos e cristãos não podem ficar indiferentes à realidade que mistura desemprego e alta inflação, num contexto agravado pela pandemia, situação que acentua as exclusões sociais. A saída, de acordo com o arcebispo, está na urgência em implementar políticas públicas para a retomada da economia e a inclusão dos mais pobres no mercado de trabalho.

Povos originários e a Casa Comum

Foto: Marina Silva/CIMI

O presidente da CNBB afirma que os olhares precisam voltar-se para os povos que estão mais sofrendo, como os indígenas, povos originários.

“Nossa pátria não começa com a colonização europeia. Nossas raízes estão nas matas e florestas, num sinal claro nos ensinando que a nossa relação com planeta deve ser pautada pela harmonia. Os povos indígenas, historicamente perseguidos e dizimados, enfrentam graves ameaças do poder econômico extrativista  e ganancioso que tudo faz para exaurir nossos recursos naturais”, disse.

O presidente da CNBB dedica um parte da mensagem ao cuidado com a Casa Comum (meio ambiente). Dom Walmor reforça o alerta dos cientistas brasileiros sobre a gradativa queda nos mananciais de água potável no Brasil. “A exploração desmedida e irracional do solo, com a derrubada de florestas, está levando à escassez de água em nossas torneiras. Não podemos deixar que o Brasil, reconhecimento internacionalmente por ser rico em recursos naturais, seja devastado e torne-se uma terra arrasada”, exortou.

 

Exercício da cidadania e superação da crise

Dom Walmor enalteceu a importância do dia 7 de Setembro como caminho para contribuir para o exercício qualificado da cidadania. Na mensagem, o arcebispo defende que a participação cidadã na política, reivindicando direitos, com liberdade, está diretamente relacionada com o fortalecimento das instituições que sustentam a Democracia.

“Não se deixe convencer por quem agride os poderes Legislativo e Judiciário. A existência de três poderes impede a existência de totalitarismos”, disse. Dom Walmor defende que não é possível aceitar, independentemente das convicções político-partidárias de cada um, agressões aos pilares que sustentam a democracia. Agredir, eliminar, hostilizar, ignorar ou excluir, segundo o arcebispo, são verbos que não combinam com um sistema democrático.

No próximo 7 de setembro, dom Walmor fez um pedido aos brasileiros: “respeite a vida e a de seu semelhante. (…) a intolerância nos distância da Justiça e da Paz e afasta-nos de Deus. Somos todos irmãos. No dia da Pátria, 7 de setembro, rezemos para que o Brasil encontre um caminho para superar as suas crises. Rezemos também pelas vítimas da Covid-19 “, reforçou.

Dom Walmor encerra o vídeo recordando o trecho de uma mensagem do Papa Francisco: “O bem não é conquista mas uma construção permanente, demandando a nossa dedicação a cada dia”.



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