Papa: “O amor ao próximo não consiste em palavras, mas em obras”


15/06/2019 - 14:56
Em mensagem, Francisco afirmou que o cristianismo deve influir positivamente na vida moral e pública

O Papa Francisco enviou uma mensagem aos participantes do encontro internacional “A atualidade de um novo compromisso” que teve início, em Caltagirone, na província de Catânia, sul da Itália, nesta sexta-feira, 14. O evento se realiza até este domingo,16, por ocasião do centenário do “Apelo a todos os homens livres e fortes”, de 18 de janeiro de 1919, do padre Luigi Sturzo, e tem como objetivo valorizar e atualizar o legado do pensamento do sacerdote italiano católico, fundador do Partido Popular Italiano.

Na mensagem, o Papa destaca que este centenário é importante para a história da Itália e da Europa. “É uma ocasião para refletir sobre a concepção cristã da vida social e sobre a caridade na vida pública, segundo o pensamento, a vida e as obras do Servo de Deus padre Luigi Sturzo”, comentou.

O Pontífice prosseguiu: “Para o sacerdote de Caltagirone, a tarefa de informar de maneira cristã a vida social e política cabe aos cristãos leigos, através do compromisso e na liberdade que lhes compete em tal âmbito, colocando em prática os ensinamentos da Igreja, e elaborando uma síntese criativa entre fé e história que encontra a sua base no amor natural vivificado pela graça divina”.

Segundo o Santo Padre, com esse espírito, o amor ao próximo na política deve ser algo comum e não deve ser excluído. “O amor ao próximo não consiste em palavras, mas em obras e verdade”, completou. Para Francisco, o ensinamento e testemunho de fé do sacerdote não devem ser esquecidos, sobretudo num período em que se pede à política para ser sensata ao enfrentar a grave crise antropológica.

“Devem ser lembrados os pontos principais da antropologia social do padre Luigi Sturzo, como a primazia da pessoa na sociedade, a primazia da sociedade no Estado e da moral na política”, sublinhou o Papa. Outros pontos importantes elencados pelo Pontífice são a centralidade da família, a defesa da propriedade com a sua função social como exigência de liberdade, a importância do trabalho como direito e dever de todo ser humano e a construção de uma paz justa através da criação de uma verdadeira comunidade internacional.

De acordo com Francisco, esses valores se baseiam no pressuposto de que o cristianismo é uma mensagem de salvação que se encarna na história, se dirige a toda pessoa e deve influir positivamente na vida moral particular e pública.

Depois de cem anos do “Apelo a todos os homens livres e fortes”, o encontro em Caltagirone convida, segundo o Santo Padre, a um compromisso criativo e responsável dos cristãos, chamados a interpretar os sinais dos tempos à luz do Evangelho, para realizar uma prática social e política animada pela fé e vivida como exigência intrínseca da caridade. O Papa pensa sobretudo nos jovens que devem ser envolvidos adequadamente a fim de dar novo vigor, competência e impulso ao compromisso social e político.



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