Ninguém pode ficar indiferente ao sofrimento dos migrantes, diz Papa


31/03/2019 - 10:46
Em visita ao Marrocos, Francisco encontrou-se com migrantes na Caritas Diocesana de Rabat

“Não queremos que a indiferença e o silêncio sejam a nossa resposta”, enfatizou o Papa Francisco ao falar da realidade atual dos migrantes em mais um discurso durante sua viagem ao Marrocos. Neste sábado, 30, ele se reuniu com cerca de 60 migrantes na Caritas Diocesana de Rabat, um dos momentos bastante aguardados de sua visita ao país.

Francisco destacou que esta é uma ferida grande e grave que continua a afligir o início deste século XXI. “Ninguém pode ficar indiferente perante este sofrimento”, enfatizou o Papa, acrescentando que todos são chamados a responder a essa realidade com generosidade e prontidão.

Antes do discurso, o Papa pôde ouvir o testemunho de um migrante e assistiu à apresentação que um grupo de crianças preparou para ele. “Obrigado também às crianças, elas são a esperança, por elas devemos lutar, elas têm o direito a uma vida, direito a uma dignidade, vamos lutar por elas”. 

Recentemente, o Marrocos sediou a Conferência Intergovernamental de Marraquexe que ratificou a adoção do Pacto Mundial para uma Migração Segura, Ordenada e Regular. O Papa afirmou que este pacto permite reconhecer e tomar consciência de que não se trata apenas de migrantes, mas está em jogo a fisionomia que se deseja assumir como sociedade e o valor de cada vida.

O Santo Padre também reafirmou em seu discurso a importância dos quatro verbos propostos por ele na relação com os migrantes: acolher, proteger, promover e integrar. “De certo modo, formam um quadro de referência para todos. Com efeito, neste serviço estamos todos envolvidos – de formas diferentes, mas todos envolvidos – e todos somos necessários para garantir uma vida mais digna, segura e solidária”.

“Estes quatro verbos podem ajudar a criar alianças capazes de resgatar espaços onde acolher, proteger, promover e integrar. Em suma, espaços onde dar dignidade”, acrescentou.

Para além de reforçar a necessidade de acolhida no destino dos migrantes, o Papa não deixou de abordar em sua fala que a promoção humana dos migrantes e suas famílias começa também nas comunidades de origem. Junto com o direito de emigrar, nesses locais também deve ser garantido o direito de não ser forçado a emigrar, ou seja, encontrar na pátria condições para uma vida digna.

Francisco assegurou aos migrantes que a Igreja sabe de suas angústias e deseja estar ao lado deles para construir o que for melhor para suas vidas. Também agradeceu a todos os que se colocam ao serviço dos migrantes e refugiados em todo o mundo, referindo-se particularmente ao trabalho da Caritas.

“Bem sabeis e tendes experiência de que, para o cristão, ‘não se trata apenas de migrantes’, mas é o próprio Cristo que bate à nossa porta. O Senhor, que durante a sua vida terrena viveu na própria carne a angústia do exílio, abençoe a cada um de vós, vos dê a força necessária para não desanimardes e para serdes uns para os outros ‘porto seguro’ de acolhimento”, concluiu.



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