Natal é revanche da humildade sobre a arrogância, diz Papa na catequese


19/12/2018 - 22:13
Francisco explicou na catequese de hoje o sentido da celebração e deixou um pedido: “Não mundanizemos o Natal”

Natal foi o tema da catequese do Papa Francisco nesta quarta-feira, 19. Francisco reflete sobre o verdadeiro sentido dessa celebração e faz um pedido: “Não mundanizemos o Natal”.  

Francisco citou que as árvores e luzes já recordam que este ano haverá festa e a máquina publicitária convida a trocar presentes sempre novos. “É esta a festa que agrada a Deus? De que Natal Ele gostaria, quais presentes, quais surpresas?”, questionou o Papa. 

Ele convidou os fiéis a olhar para o primeiro Natal da história, que foi cheio de surpresas: o anúncio do anjo a Maria; depois José, chamado a ser pai de um filho que não havia gerado; outra surpresa foi quando Deus, em sonho, pede a José para receber Maria como esposa e depois ainda o pedido para seguir para o Egito. “O Natal causa mudanças de vida inesperadas. E se nós queremos viver o Natal, devemos abrir o coração e estar dispostos às surpresas, isso é, a uma mudança de vida inesperada”. 

A maior surpresa, segundo o Pontífice, chega na noite de Natal: o Altíssimo é um pequeno menino. “A acolher o Salvador não são as autoridades da época; são os simples pastores que, surpreendidos pelos anjos enquanto trabalhavam à noite, correm sem demora. Quem teria esperado isso? Natal é celebrar o inédito de Deus, ou melhor, um Deus inédito, que inverte as nossas lógicas e nossas expectativas”. 

Celebrar o Natal, nesse sentido, é acolher na terra as surpresas do Céu, explicou Francisco. O Natal, acrescentou, inaugura uma época onde a vida não se programa, mas se doa, onde não se pode viver para si, mas para Deus. “Natal é a revanche da humildade sobre a arrogância, da simplicidade sobre a abundância, do silêncio sobre o tumulto, da oração sobre “meu tempo”, de Deus sobre o meu ‘eu’”.

O Papa ainda deixou como exemplo o próprio Jesus, Maria e José, dizendo que celebrar o Natal é fazer como eles: como Jesus – caminhar em direção a quem precisa – como Maria – confiar em Deus mesmo sem entender o que Ele fará – e como José – levantar-se para fazer o que Deus quer, mesmo que esse não seja o nosso plano. 

“Natal é preferir a voz silenciosa de Deus ao barulho do consumismo. Se soubermos ficar em silêncio diante do presépio, o Natal será uma surpresa também para nós, não algo já visto. Estar em silêncio diante do presépio: este é o convite para o Natal. Tire um pouco de tempo, vá diante do presépio e fique em silêncio, E ouvirás, verás a surpresa”. 

Infelizmente, há o risco de confundir a festa e acabar preferindo as coisas da terra às novidades do céu, ponderou Francisco. Ele alertou que se o Natal for apenas uma festa tradicional, onde o centro é o homem e não Jesus, então será uma ocasião perdida. “Por favor, não mundanizemos o Natal! Não coloquemos de lado o Festejado”. 

E o Papa concluiu: “Não será Natal se procurarmos o brilho cintilante do mundo, se nos enchermos de presentes, almoços e jantares, mas não ajudarmos pelo menos um pobre que se assemelha a Deus, porque no Natal Deus veio pobre. (…) Queridos irmãos e irmãs, desejo-vos um Feliz Natal, um Natal rico das surpresas de Jesus!”



Ultimas Matérias
Roteiro da Celebração da Partilha de Abril está disponível
Dom Moacir participará de Assembleia da CNBB
Tempo Pascal
Os Papas e a misericórdia, o segundo nome do amor
Última semana para as inscrições para as turmas de Catequese
Veja Mais