Catedral Nossa Senhora Aparecida Votuporanga-SP |
“Cristo instituiu o sacramento da Penitência para todos os membros pecadores da sua Igreja, antes de mais para aqueles que, depois do Batismo, caíram em pecado grave e assim perderam a graça batismal e feriram a comunhão eclesial.” (Catecismo da Igreja Católica, n. 1446)
Sacramento da Penitência, da Confissão, do Perdão, da Conversão, da Alegria.
Cada penitente conhece as faltas que cometeu, sem necessidade de investigação minuciosa para descobri-las. Mais importante do que fazer uma lista de pecados é arrepender-se pelos erros praticados e o sincero desejo de começar um projeto novo de vida. O que vale, acima de tudo, é o sentimento de amor a Deus: “senhor, eu vos amo de todo coração!”. São Pedro, na 1ª Carta, nos recorda: “Conservem entre vocês um grande amor, porque o amor cobre a multidão de pecados” (1 Pd 4,8)
Ao fazer o exame de consciência, seja sincero (a) com você mesmo (a). Para isso peça ao Espírito Santo:
Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor. Enviai o vosso Espírito e tudo será criado. E renovareis a face da terra. Espírito Santo, fazei apreciemos retamente todas as coisas segundo o mesmo Espírito e gozemos sempre da sua consolação. Por Cristo, senhor nosso. Amém.
Em seguida, reflita sobre os seguintes pontos:
O formulário que propomos, a seguir, visa principalmente ao mundo dos jovens e adultos. Mesmo assim, mesmo assim serve apenas como orientação. No caso das crianças, tenha-se muito cuidado ao lhes apresentar qualquer tipo de roteiro. Para não acontecer que crianças confessem pecados que só adultos podem cometer.
Que lugar Deus ocupa em minha vida? Deus é importante para mim, ou faço dele um pronto-socorro que só me serve nos momentos difíceis? Tenho me preocupado em adquirir a instrução cristã, ouvindo a palavra, participando das celebrações? Participo da vida da comunidade? Ou prefiro viver individualmente a minha fé, sem compromisso com ninguém? Preocupo-me com minha vida espiritual, ou apenas me interesso por moda, dinheiro, festas, sexo, prazer? Tenho ofendido a Deus com blasfêmias e juramentos falsos? Tenho faltado com respeito a Deus e aos santos?
Considero minha vida como um precioso dom de Deus? Tenho cuidado com minha saúde e com a saúde e a vida dos outras? Ponho a serviço da família e da comunidade as qualidades que percebi de Deus? Tenho cuidado e respeito com meu corpo, sabendo que Deus está presente nele? Tenho manchado minha mente com pensamentos ou desejos impuros?Tenho escandalizado os outros com minhas palavras e ações?
Tenho me relacionado bem com a família? Tenho prejudicado os outros com ofensas e calúnias? Tenho desprezado o próximo, sobretudo os pobres, os doentes, os idosos, as pessoas de outras raças? Tenho aconselhado ou praticado o aborto? Sou honesto (a) nos negócios? Tenho roubado, prejudicado o próximo ou cobiçado seus bens? Guardo ódio de alguém? Estou de mal com alguma pessoa?
Deixo-me escravizar pelos bens que possuo: casa, carro, dinheiro, emprego, posição social? Tenho respeito e cuidado com os bens públicos: jardins, parques, iluminação, água, orelhões? Tenho cuidado para não poluir o ar, a água, enfim, a natureza? Sei controlar-me na comida e na bebida, de modo a não prejudicar a mim mesmo e aos outros? Tenho algum envolvimento com drogas? Tenho dedicado pouco tempo a família e muito tempo a televisão, a internet?
Convidado pelo sacerdote, o penitente pode manifestar seu arrependimento de maneira espontânea.
Confesso à Deus Todo Poderoso e a vós irmão e irmãs que pequei Muitas vezes por pensamentos, palavras, atos e omissões por minha culpa, tão grandeculpa.vE peço a Virgem Maria, aos Anjos e Santos. E a vós irmão e irmãs que rogueis por mim a Deus nosso Senhor.
Amém
O sacerdote o penitente com amor fraterno e, se for o caso, o saudará cordialmente. Em seguida, o penitente faz o sinal-da-cruz, dizendo: Em nome do pai e do Filho e do espírito Santo. Amém. Depois, o sacerdote,com uma breve fórmula, encoraja o penitente a ter total confiança em Deus. É bom que o penitente, se não for conhecido do confessor, diga se é solteiro, casado, sacerdote, consagrado pelos votos religiosos.
Em seguida, com simplicidade, o penitente confessa seus pecados. O sacerdote, ouvida a confissão, pode dar-lhe alguma orientação ou conselho. Se o penitente causou danos ou escândalo a alguém, será exortado a repará-los devidamente. A seguir, rezar o ato de contrição.
O confessor, com base na natureza das faltas confessadas, lhe dá uma penitência, chamada também de satisfação. A satisfação consistirá em orações, mortificação e, sobretudo, na ajuda ao próximo e em obras de misericórdia, que põem em evidencia o aspecto social do pecado e do perdão.
O sacerdote estende as mãos, ao menos a direta, sobe a cabeça do penitente e pronúncia a fórmula de absolvição dos pecados. A seguir, o sacerdote o despede com a paz de Cristo. É bom que o penitente agradeça ao confessor o perdão recebido. É também conveniente que permaneça um pouco mais na igreja, a fim de manifestar gratidão ao Deus de amor e perdão.
A fórmula de absolvição mostra que a reconciliação do penitente procede da misericórdia do Pai; indica perfeita ligação entre a reconciliação e o mistério pascal de Cristo; exalta a ação do Espírito Santo no perdão dos pecados, e finalmente, evidencia o aspecto eclesial do sacramento, uma vez que a reconciliação com Deus é solicitada e concedida pelo ministério da igreja.
Quando o penitente tem as condições para receber a absolvição, o sacerdote lhe impõe as mãos (ao menos a direita) sobre a cabeça e, em nome da Trindade e da Igreja, pronuncia as seguintes palavras:
“Deus, pai de misericórdia, que, pela morte e ressurreição de seu filho, reconciliou o mundo consigo e enviou o Espírito Santo para remissão dos pecados, te conceda, pelo ministério da igreja, o perdão e a paz. EU TE ABSOLVO DOS TEUS PECADOS, EM NOME DO PAI E DO FILHO E DO ESPIRITO SANTO”.
O penitente responde: Amém.
R: “Só Deus tem poder para isso” (cf. Mc 2,7). Por ser o filho de Deus, Jesus diz de si mesmo: “O Filho do Homem tem na terra poder de perdoar pecados” (cf. Mc 2,10). A igreja recebeu a missão e o poder de perdoar os pecados, porque foi o próprio Jesus que lhe conferiu: “Recebei o Espírito Santo. A quem perdoardes os pecados, serão perdoados; a quem os retiverdes serão retidos” (Jo 20, 22-23).
R: São os bispos e os padres que tem, em virtudes do sacramento da Ordem, o poder de perdoar todos os pecados “em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”.
R: O perdão, de fato, vem de Deus. Entretanto, o pecado é um ato social. Mesmo que seja praticado e conhecido somente por quem o praticou, ele tem conseqüências sociais, isto é, prejudica toda a comunidade humana. Por isso, Jesus confiou a igreja também a administração desse sacramento. Ora, sacramento é sinal sensível da graça. O padre, por mandato de Jesus, é o representante da comunidade. Cabe a ele acolher o penitente e , em nome da Trindade e da Igreja, perdoa-lhes os pecados.
R: A Igreja ensina que os pecados graves devem ser confessados pelo menos uma vez no ano, e sempre antes de receber a comunhão. Entretanto, convém pensar o seguinte: Quando ofendo um amigo, fico inquieto até me reconciliar com ele. Por quê? Porque não quero perder a amizade, nem ficar afastado de sua companhia e de sua afeição. Então, o quanto antes lhe peço que me perdoe. Porque me privar da amizade de Deus por muito tempo?
Elaborado, segundo os textos oficiais da igreja, por Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp (fonte PSSOlinda/CE